NOTÍCIAS
Formas de reconhecimento de paternidade presentes no código civil
07 DE ABRIL DE 2022
Antes de adentrarmos ao tema principal que é as formas de reconhecimento de paternidade presentes no nosso ordenamento jurídico, é de suma importância ressaltar que a filiação não se restringe apenas ao vínculo biológico, mas também de outras formas, como por exemplos: adoção, inseminação artificial e a socioafetividade. Logo, sob a ótica constitucional, o vínculo filial estendeu-se além do biológico.
Nessa linha de pensamento, ultrapassou-se a ideologia em que a presunção de paternidade era apenas quando os filhos eram gerando na vigência do casamento. Com o advento do exame de DNA, as presunções deixam de ter grande relevância prática, visto que o referido exame possibilita a descoberta da verdade biológica quase cem por cento.
O art. 1.597, do Código Civil elenca as presunções de paternidade:
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
O reconhecimento de filhos pode ocorrer de duas maneiras: voluntária ou judicial. O art. 1.609 do CC/02 repediu o que consta no art. 1º da Lei 8.560/1992, que disciplina as possibilidades de reconhecimento voluntário de filhos, a saber:
Art. 1º O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro de nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
O reconhecimento voluntário pode preceder ao nascimento ou ser posterior ao falecimento, que prevê a possibilidade de reconhecimento de filho não gerados, consagrando direitos ao nascituro. O ato de reconhecimento de filhos é incondicional, não estando sujeito a qualquer condição ou termo. Além disso, o reconhecimento voluntário produz efeitos erga omnes e extunc, tratando-se de um ato personalíssimo.
É interessante lembrar, no caso de o filho ter sido registrado apenas no nome da mãe, que a Lei n. 8.560/92 (Lei de Investigação de Paternidade) previu a possibilidade de instauração de averiguação oficiosa de paternidade. Trata-se de um procedimento administrativo, iniciado de ofício pelo juiz, que busca localizar o pai biológico da criança, que, notificado, reconhecerá ou não voluntariamente a paternidade.
Já o reconhecimento judicial, pode ocorrer de duas formas: a primeira derivada de uma ação de reconhecimento de filiação ou de uma ação de investigação de paternidade. Deve-se pontuar que as presunções de paternidade admitem prova em contrário, sendo possível portanto negar filiação presumida.
Fonte: Código Civil Brasileiro
Outras Notícias
Anoreg RS
STF valida normas do CNJ sobre concursos para cartórios
14 de agosto de 2024
Segundo o ministro Dias Toffoli, a atuação do conselho efetiva a regra constitucional que prevê essa exigência.
Anoreg RS
Direito real de habitação não pode ser exercido por ex-cônjuge em caso de divórcio
14 de agosto de 2024
Para a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o direito real de habitação não pode ser exercido...
Anoreg RS
Contestação na ação de usucapião é um dos temas da nova Pesquisa Pronta
14 de agosto de 2024
A página da Pesquisa Pronta divulgou dois entendimentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Anoreg RS
Câmara aprova segundo projeto de regulamentação da reforma tributária
14 de agosto de 2024
Texto prevê criação do órgão que vai administrar o IBS
Anoreg RS
Artigo – Como provar a quitação na adjudicação compulsória extrajudicial que envolve promessa de permuta?
14 de agosto de 2024
Recentemente, no final de julho, a 1ª Vara de Registros Públicos de São Paulo, julgou procedente dúvida...