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G1RS – Mortes por Covid caem entre idosos e aumentam entre jovens, aponta levantamento dos cartórios do RS
22 DE ABRIL DE 2021
Um levantamento dos cartórios de Registro Civil do Rio Grande do Sul mostra uma mudança no perfil das vítimas da Covid-19. De fevereiro para março, o percentual de mortes de idosos com mais de 60 anos caiu de 78% para 71%. Já entre pessoas com 59 anos ou menos subiu de 22% para 29%.
A tendência persiste em abril. Até esta quarta-feira (21), conforme o Portal da Transparência, 64% dos óbitos são de pessoas com mais de 60 anos e 36% de pessoas com idade inferior, o que indica que, cada vez mais, pessoas mais jovens morrem da doença, enquanto que as faixas etárias mais elevadas são mais preservadas.
Idosos
A mudança é ainda mais perceptível se considerado o percentual de mortes proporcional de cada faixa etária. Os idosos entre 90 e 99 anos representavam, em média, 6,6% do total de mortos pela Covid-19 desde o início da pandemia. Em março, passaram a representar 3,5% dos óbitos e, nos primeiros dias de abril, 2,5% dos falecimentos.
A faixa entre 80 e 89 anos, passou de uma média de 24,7% do total de mortos para 15,2% em março e 9,1% em abril.
Já os óbitos entre a população de 70 a 79 anos passou de uma média de 25,4% do total de óbitos para 24,6% em abril.
Para o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen-RS), Sidnei Hofer Birmann, esta tendência sugere os primeiros efeitos da vacina nos grupos dessas faixas etárias.
“Com a vacinação, há essa redução nos óbitos de idosos, e o crescimento nas mortes da população mais jovem”, aponta.
Jovens
É claro que a faixa etária de pessoas com idades entre 60 e 89 anos são aquelas mais vulneráveis, proporcionalmente, pelo coronavírus no Rio Grande do Sul. Mas, se no começo da pandemia, elas concentravam a maioria dos óbitos, este cenário começa a se alterar, com o aumento proporcional de mortes entre pessoas de faixa etária de 20 a 59 anos.
Os óbitos de pessoas com idades entre 20 e 29 anos, que até o mês de março representavam, em média, 1% dos falecimentos, passaram a ser quase 1,2% em abril, o que representa um crescimento de 77% no número de mortes nesta faixa etária em relação à média do período.
Já a quantidade de óbitos de pessoas entre 30 e 39 anos, que representavam, em média, 3% das mortes, subiram em abril para 4,2%, crescimento de 38% no número de mortes por Covid-19.
A faixa de pessoas entre 40 e 49 anos foi ainda mais afetada. Até janeiro de 2021, representavam 4,9% dos óbitos causados pela doença. Em fevereiro, passaram a representar 7,2%, em março, 8,6%, e, nos primeiros dias de abril, já representam 10,5% do total de mortos pela doença no RS.
E entre a população com idade de 50 a 59 anos, que representava, em média, 10% do total de mortes pelo coronavírus no primeiro ano da pandemia, em fevereiro passou a representar 10,8%, em março saltou para 15,3% e, nos primeiros dias de abril, representa 18,3% do total de mortos por Covid-19.
A infectologista da Sociedade Riograndense de Infectologia, Andréa Dal´Bó, acrescenta outra razão além da vacinação: os cuidados e o isolamento que pessoas mais velhas assimilam com mais facilidade.
“As medidas de distanciamento social, que muitos idosos realmente têm seguido e têm levado a uma redução do impacto na mortalidade”, afirma.
Vacinação e exposição
O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Eduardo Sprinz, acredita que, como a vacinação depende de pelo menos um mês para a aplicação das duas doses e mais um período para o desenvolvimento da imunidade, ainda é cedo para determinar que ela é a grande responsável pela diminuição de casos graves entre idosos. Ele aponta outros dois fatores a serem considerados.
“Mais gente jovem ficou doente. É claro que são menos vulneráveis, mas a quantidade foi tão grande que certamente alguns adoeceram de forma mais grave. E outro aspecto é que, quando esgotam os suscetíveis, aqueles idosos que menos conseguiram se proteger e já foram atingidos pela Covid, aqueles que persistem ou permaneceram são de alguma forma mais resistentes ou menos expostos”, afirma.
O educador físico Eduardo Abreu conheceu o que a doença causa independentemente da idade. Ele perdeu, no começo deste ano, a avó, a mãe e o irmão, com idades entre 26 e 88 anos. Restou em casa apenas o pai, que teve sintomas leves.
“A nossa casa é muito grande. Ela era pequena para nós cinco. Agora só eu e meu pai, é enorme. Parece uma cidade, e muito vazia. Tu tá jantando com a tua família, um mês depois, não tem mais família. É bem triste”, lamenta.
Ainda com a dor das perdas latente, ele alerta aos jovens como ele de que um pequeno descuido em cuidados simples pode ter uma consequência irreversível.
“Acontece uma vez só, não volta mais. A gente perde uma mãe, perde um irmão, perde uma avó, a família fica destruída por uma coisa que é simples. Cara, se tu aguentou um ano, tu aguenta dois anos. Depois tu volta a sair, não precisa ir agora, sabe? O mundo não vai acabar agora. Vai acabar se tu fizer errado”, afirma.
Fonte: G1RS
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